Imprimir

O DESAFIO DA GESTÃO DE PESSOAS EM UMA GRÁFICA FAMILIAR DE PEQUENO E MÉDIO PORTE.

Estamos quase no final de 2015 tendo pela frente uma incógnita, o próximo ano. Independente do que “rolar” politicamente, nosso país e também a Indústria Gráfica não vai desaparecer do mapa econômico. Vivemos em uma era que é denominada por muitos como a sociedade do conhecimento.

 

Neste contexto, as pessoas passam a ocupar um papel estratégico para que as empresas gráficas possam superar os desafios que se apresentam, pois é através delas que se deverá buscar soluções para questões emergentes como adaptação às mudanças, inovação, qualidade, atendimento ao cliente, redução de custos, entre outras.

A questão que colocamos é que, se para as grandes organizações estes são desafios ambiciosos, o que dizer então para as pequenas empresas? Com estruturas enxutas, onde a área de RH normalmente não existe ou conta somente com um colaborador que se ocupa da folha de pagamento (se tanto), como as práticas de RH são aplicadas? Qual a contribuição que o processo de gestão de pessoas pode prestar para o crescimento e sustentabilidade das pequenas empresas?

No ambiente econômico atual, observa-­se que as gráficas nem sempre procuram desenvolver um diferencial competitivo frente aos concorrentes e para tanto seria necessário que seus empregados tivessem competência, ou seja, possuíssem conhecimentos, habilidades e aptidões (resumidos no acrônimo CHA) para lidar com novos processos e sistemas.

Os donos das pequenas e médias gráficas ainda não acordaram para isso ou, só pensam no custo destes profissionais e não no retorno do investimento em mão de obra de ponta. Infelizmente, muitas vezes o próprio dono da gráfica não sabe como selecionar seus funcionários, ou então não sabe determinar a meta da gráfica e, com isso, acaba escolhendo  mão de obra inadequada para as tarefas necessárias.

Algumas gráficas até colocam anúncios em jornais, revistas ou sites, sem explicar claramente o que querem do candidato à determinada vaga, ou seja, não sabem traçar o perfil do candidato. Solicitam no anúncio que se envie o currículo por e-mail para determinado endereço e aí morre o assunto, pois o candidato nunca ficará sabendo o que aconteceu com o currículo dele, pois a gráfica não responde nem com sim nem com não. Na minha ótica é falta de respeito, porém por outro lado, muitos candidatos nem entenderam o que a empresa solicitou e mandam um monte de “abobrinhas”.

Esta é a nossa realidade. Diante desta situação eu me questiono sobre o real significado de Recursos Humanos na pequena e média gráfica. Muito se
fala sobre a importância de ter talentos na companhia. De reter bons profissionais. De empresas que estabelecerem uma relação ganha-ganha, onde todos ganham. É muito discurso para formação de líderes, desenvolver funcionários. É muito discurso e pronto!  Pouco se pratica. Na verdade, pouco esforço para praticar também.

Algumas gráficas brasileiras de pequeno e médio porte além das empresas gráficas de grande porte, aderiram à implantação de um RH estratégico, que consiste em desenvolvimento profissional, treinamento, bem estar, clima organizacional e planejamento em longo prazo para capacitação de funcionários. Porém apenas poucas consideram o RH um investimento necessário.

Partindo dessa análise concluímos que o RH é importante e traz grandes resultados para grandes empresas e, nos fizemos a pergunta: por que as pequenas gráficas não implantam essas ferramentas de forma mais simplificada, transformando­-as em investimento a curto e médio prazo, dependendo do que se deseja alcançar. Verificamos grande resistência dos donos da gráfica a estas mudanças, com medo de altos custos (na verdade por não querer sair de seu comodismo e rotina).

Concluímos que gráficas de pequeno porte possuem condições para implantar o RH, e devem começar desde já investir nas pessoas, pois são elas que irão colaborar para o crescimento da empresa. Gráficas qualificadas no mercado, sempre possuem profissionais qualificados.

* Texto de autoria de Thomaz Caspary.